Capítulo I – Creio em Deus Pai todo Poderoso, criador do Céu e da terra.
Parágrafo 7: Criador do Céu e da Terra – a queda
Deus criou todos os seres bons, mas o sofrimento e a limitação está presente em todos os seres e na natureza. Na vida do ser humano, além do mal físico há também o mal moral. Na verdade, o sofrimento e o pecado é um grande mistério, que será melhor compreendido à luz do mistério da salvação em Cristo.
O homem foi criado com liberdade, mas para viver em comunhão e amizade com Deus. Aquele devia viver essa liberdade na submissão da criatura ao Criador. A árvore do conhecimento do bem e do mal era o limite colocado por Deus para que o homem lhe fosse submisso e obediente. Ao desobedecer ao seu Criador, o homem abusou de sua própria liberdade dada por Ele.
Assim o primeiro pecado é chamado de pecado original. Este é um fato que não pode ser contestado porque é confirmado pela história da salvação. Porque Deus teria enviado o seu Filho para salvar a humanidade se não tivesse acontecido o pecado? Assim, só poderá compreender melhor o mistério do mal e da morte olhando para o mistério do bem e da vida.
Na verdade, o fato de o pecado ter entrado no mundo se trata de um mistério, mas percebe-se pelos relatos bíblicos certa influência de uma criatura espiritual chamada satanás. Ele seria o precursor de uma rebelião dos anjos, os quais rejeitaram o projeto de Deus, afastando-se dele eternamente. Também todos os homens que se tornarem submissos a esse ser separarão de Deus para sempre.
O que ocorreu no pecado original foi uma rejeição de Deus pelo homem para afirmar a si mesmo. Mas esse pecado, adquirido por todos pela sua conaturalidade com Adão, não priva o homem de alcançar a vida em Deus. Por sua infinita misericórdia Deus vem ao encontro do homem e lhe estende a mão para redimi-lo. Essa misericórdia de Deus não contraria a liberdade humana. É uma oferta livre e espontânea assim como foi a vida e a santidade original ao cria-lo.
Uma vez manchado com o pecado original o homem continua com a tendência ao pecado (a concupiscência), tendência essa que não lhe retira a possibilidade de voltar para Deus, mas dificulta. No entanto a graça de Deus é maior do que o pecado como diz São Paulo: “Onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5,20). No Batismo o pecado original é apagado e mesmo permanecendo com a concupiscência o homem é novamente admitido na graça de Deus em Cristo Jesus.
Pe. José Antônio Ramos
Paróquia Santa Cruz de Guarda dos Ferreiros/MG