Capítulo I – Creio em Deus Pai todo Poderoso, criador do Céu e da terra
Parágrafo 4 – Criador
A história da Salvação já estava nos desígnios de Deus quando ele criou o mundo e o homem. A escritura nos ensina, principalmente nos primeiros livros do Gênesis que Deus criou o Céu e a terra, com todos os seres vivos e, por fim, o homem. Na celebração da Vigília Pascal temos um resumo da história da criação e da Salvação; a primeira leitura é sempre do Gênesis, pois relata a criação de todos os seres e do universo.
A criação responde às perguntas fundamentais da existência humana: de onde viemos? Para onde vamos? Qual a nossa origem? Qual o nosso fim? Diante destes questionamentos temos muitas respostas científicas, pois esta é uma busca natural do ser humano: procurar saber qual sua origem e qual o seu fim. A Igreja também tem a sua resposta sobre a origem e o fim das coisas e do homem. E a resposta da Igreja a estes questionamentos é fundamentada na razão, mas também é iluminada pela fé
A criação é obra da Trindade Santa: O Pai criou tudo pelo Filho e no Espírito Santo. A dinâmica trinitária da criação é melhor entendida se olharmos para a missão de Jesus Cristo de redimir tudo e todos para o Pai, e a do Espírito Santo de santificar a obra criada. Entendemos melhor a criação se olharmos para a obra da salvação e entendemos melhor a obra da salvação se olharmos para a obra da criação.
A partir da Trindade concluímos que Deus criou o mundo para manifestar e comunicar sua glória. Os homens e os anjos devem glorificar continuamente a Deus, pois Ele é o fim último de toda a criação. Santo Irineu dizia: ‘A Glória de Deus é o homem vivo e a vida do homem é a visão de Deus’. Nossa vida deve ser um constante louvor e glória a Deus, que é o que acontecerá na vida eterna.
Deus criou tudo do nada e não por necessidade. Nada existia antes da criação e Deus criou porque seu Amor transborda na criação. Ele poderia não ter criado, mas quis manifestar e comunicar seu amor nas criaturas. Ele também não criou e abandonou a obra criada; as criaturas participam de seu ser, de sua sabedoria e de sua bondade.
Também Deus criou tudo ordenado e bom, deixando o homem como guardião da obra criada. Deus, mesmo transcendendo e muito as coisas criadas, está presente nelas de forma misteriosa. Por isso sustenta todas as coisas criadas dando lhes sempre seu Ser. O plano de Deus só a ele pertence, mas como a obra criada por Deus ainda não chegou ao seu cume; por isso devemos acreditar na sua providência. Deus não abandona o homem momento algum e se este acreditar na providência poderá realizar qualquer coisa, até mesmo superar a ordem natural. Assim, podemos confiar que até de um mal Deus pode tirar um bem, como tirou do maior dos males: a morte de seu Filho, o qual fez ressurgir para salvar a todos.
Pe. José Antônio Ramos
Pároco da Paróquia Santa Cruz de Guarda dos Ferreiros/MG