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Aula 51 – 3ª Parte, segunda seção – Os Dez Mandamentos – Capítulo II, Amarás o Próximo como a si mesmo – Art. 5, O Quinto Mandamento

03/04/2022   .    Catecismo
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O quinto Mandamento é um preceito no sentido negativo: “Não matarás”. Ele se fundamenta no princípio de que a vida é um dom de Deus e, sendo Deus o criador, só Ele tem o poder de criação e destruição da vida. Mas sabemos que Ele não destrói o que fez, pois ele é o Deus da vida e tudo o que fez é bom. Portanto, a vida é sagrada e só Deus é o dono dela, sendo proibido ao ser humano atentar contra a vida e a dignidade de seu semelhante.

Na Sagrada Escritura vemos que após o pecado original houve várias desordens na vida do ser humano. Uma delas foi a inimizade do homem com seu semelhante. O primeiro assassinato da história é um fratricídio, quando Caim matou Abel. Mas ele foi logo punido por Deus; na história sempre existiram leis que proíbem o assassinato. Jesus levou à radicalidade esse mandamento quando Ele mesmo não usou de violência e proibiu os seus discípulos de usarem da mesma (cf Mt 26,52). Os apóstolos e os santos da Igreja, principalmente os santos Mártires, seguiram radicalmente o exemplo de Jesus.

O respeito à vida humana exige que a vida seja um valor inviolável, desde a concepção até à morte natural. Por isso é condenado pela Igreja, tanto o aborto, quanto a eutanásia e também o suicídio. Este é um grave atentado contra a própria vida, um pecado grave se feito com liberdade, mas geralmente ele ocorre como consequência de doenças.

É importante esclarecer que a legítima defesa não é uma ‘licença’ para matar. A legítima defesa se justifica pelo fato de que o amor à vida permite e até exige que alguém ameaçado tenha o direito de se defender. Assim, se na luta pela defesa da vida o agressor vier a morrer, não houve aí um assassinato voluntário, mas involuntário, ou seja, sem a vontade de quem praticou o ato, o que o inocenta.

Para se ter sucesso na luta contra a violência e o mal é importante que todos se comprometam com o bem. Alguém que dá um mal exemplo para as crianças e seus irmãos está praticando o mal. Quem induz o outro ao erro já errou e é nesse sentido que Jesus diz: “Caso alguém escandalize um destes pequeninos, melhor será que lhe perdurem ao pescoço uma pesada mó (pedra de moinho) e seja precipitado nas profundezas do mar” (Mt 18,6). Fica claro que incentivar, ensinar, compactuar ou não fazer nada para evitar o mal é um pecado grave.

O respeito à vida exige também que se cuide da saúde e do corpo. Isso significa que se deve fazer higiene adequada, não usar drogas (ilícitas ou listas), se alimentar com responsabilidade e fazer exercícios físicos. O cuidado com a saúde e com o corpo requer da comunidade científica que não viole a dignidade da pessoa humana em suas pesquisas.

Outros assuntos como a doação de órgãos, o respeito à integridade corporal e o respeito aos mortos também são tratados pela Igreja. A doação de órgãos é legítima, desde que feita de forma voluntária e necessária, observando também a justiça, ajudando primeiro a quem mais precisa. O sequestro, o terrorismo e a tortura são práticas condenáveis pela Igreja, pois a Igreja sempre ensinou e ensina a clemência e a misericórdia. Quanto aos mortos, devem ser ajudados com o devido respeito ao corpo, sendo inclusive uma das obras de misericórdia.

A Igreja defende que devemos buscar a paz, mas não da forma que muitas vezes o mundo busca. Jesus denuncia com veemência a cólera: “Todo aquele que se encolerizar contra seu irmão terá de responder no tribunal” (Mt 5,22). E contra o ódio Ele ensina: “Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; desse modo vos tornareis filhos de vosso Pai que está nos céus… (Mt 5,44-45). Assim, a Igreja ensina que se deve evitar ao máximo a guerra, sendo permitida somente em legítima defesa e pela força militar, quando se tem condições de vitória e sem causar grandes danos às pessoas.

Pe. José Antônio Ramos

Paróquia Santa Cruz de Guarda dos Ferreiros/MG

 

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