Neste artigo será abordado os temas: sacramentais e funerais cristãos. Estes estão na parte 2 do catecismo e fazem parte do título ‘outras celebrações litúrgicas’. Sacramentais são sinais instituídos pela Igreja que, à semelhança dos sacramentos, trazem benefícios corporais e espirituais para os fiéis; já o tema funerais está relacionado à esperança cristã na ressurreição, fundamentada na Páscoa de Jesus. Os sacramentais e os funerais cristãos são formas de contato com a graça de Deus, mas fora dos sacramentos.
Os sacramentais são destinados a santificar os homens por bênçãos, de caráter pessoal ou por objetos. As bênçãos, com frequência, incorporam traços de uma cultura e podem ser ministradas por um leigo. Apesar de serem bênçãos, não conferem a graça do Espírito Santo como nos sacramentos, mas predispõe o fiel para recebe-la.
Entre os sacramentais as bênçãos ocupam lugar singular. Tem-se bênçãos para pessoas, objetos e lugares, isto é, para os homens e tudo o que se destina ao uso dos mesmos. Algumas bênçãos são mais importantes e devem ser feitas por um ministro ordenado como a dedicação de altar, a benção dos santos óleos, de vestes sacras, de sinos etc. Também o exorcismo é uma benção especial e deve ser reservada a um sacerdote devidamente preparado.
Os sacramentais têm forte ligação com a religiosidade popular, que são formas de piedade popular do povo de uma determinada região. São visitas a santuários, peregrinações, procissões, via-sacra, danças religiosas, o rosário, as medalhas, etc. São meios muito ricos de aproximação de Deus, mas não substituem a liturgia. A religiosidade popular já existia no povo de Israel e está presente na Igreja desde os seus primórdios.
Falando agora dos funerais cristãos, estes são orações feitas por ocasião da morte de um fiel. É significativo que este momento de dor e tristeza seja iluminado com a Páscoa de Jesus. A morte para os cristãos não é o fim, mas um momento de passagem. Com a morte encerra a vida sacramental do fiel e inicia uma nova vida. A celebração da Eucaristia nesse momento dá um sentido mais profundo à entrega do fiel como oferenda agradável a Deus. Mas também é válido e importante se for feito apenas a celebração da encomendação, até porque uma pessoa sem vida jamais pode receber um sacramento. Sendo assim, a benção do fiel que está morto é muito especial e significativa.
Há várias maneiras de celebrar a liturgia dos funerais cristãos, que acompanham as tradições de diversas regiões. Na Igreja latina há três formas, comuns aos lugares onde acontece: na casa do morto, na Igreja ou no cemitério. O rito compõe-se de quatro momentos: acolhimento da comunidade, Liturgia da Palavra, Sacrifício Eucarístico (quando houver), encomendação.
Pe. José Antônio Ramos
Paróquia Santa Cruz de Guarda dos Ferreiros/MG