Juntamente com a Penitência a Unção dos Enfermos é um dos sacramentos da Cura. Por meio deste sacramento a Igreja entrega o fiel doente aos cuidados do Senhor sofredor e glorificado. Ao mesmo tempo em que o sacramento alivia o sofrimento do enfermo confere-lhe o perdão dos pecados e a salvação.
Em todas as épocas a enfermidade e o sofrimento foram problemas que afetaram a vida humana. Ao mesmo tempo em que podem trazer tristeza, angústia e até mesmo revolta para o homem, podem trazer ensinamentos e maturidade. No antigo testamento o povo colocava seu sofrimento diante de Deus e às vezes o via até mesmo como um castigo, mas sempre suplicava a Deus que os curassem.
Jesus demonstrou muita compaixão para com os doentes e realizou numerosas curas. N’Ele podemos dizer que o Reino de Deus chegou e que ‘Deus nos visitou’. Jesus é o médico que que cura o homem inteiro: alma e corpo. Ele se identifica com os doentes: “Estive doente e me visitastes” (Mt 25,36). A fé dos doentes também é muito importante, pois em muitos momentos a cura de Jesus se dá pela fé dos que lhe pedem: “Tua fé te salvou” (Mt 9,22).
Assim como Jesus curou os enfermos, a Igreja continua sua missão de ajudar as pessoas que sofrem. O poder de Jesus para curar foi transmitido aos apóstolos e eles transmitiram esse poder aos seus sucessores. São Tiago comprova isso quando diz: “Alguém dentre vós está enfermo? Mande chamar os presbíteros da Igreja, para que orem sobre ele, ungindo-o com o óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o doente e o Senhor o aliviará; e, se tiver cometido pecados, estes lhe serão perdoados (Tf 5,14-15). A Igreja continua o costume de ungir os enfermos e impor-lhes as mãos, obedecendo ao mandato de Jesus.
A um tempo atrás o sacramento da Unção dos Enfermos era reservado para quem estava em perigo extremo de morte. Ainda hoje há pessoas que pensam assim e chamam o sacramento de ‘extrema unção’. Mas atualmente a compressão da doutrina da Igreja desse sacramento mudou. Hoje ele pode ser administrado a pessoas idosas, a quem está em perigo de morte (mesmo que não seja um perigo iminente) antes ou após uma cirurgia de risco e no caso do fiel que tem uma doença grave.
O ministro do sacramento será sempre um sacerdote ou um bispo. A celebração pode ocorrer na família, no hospital e na Igreja. Quando possível, unir o sacramento da Unção ao da Penitência e da Eucaristia.
Os efeitos desse sacramento são, em primeiro lugar, a graça do retorno à paz e a coragem para o fiel vencer as dificuldades da enfermidade ou fragilidade. Por ele o fiel une mais intimamente seu sofrimento à paixão de Cristo, participando de sua obra salvífica; contribui para o bem do povo de Deus e para a santificação da Igreja; se prepara para a passagem desta vida para a vida eterna ao conformar a sua vida à de Cristo morto e ressuscitado.
Além da Unção dos Enfermos como graça para a passagem desta vida para a outra, a Igreja oferece, sempre que possível, o viático. Este é a Eucaristia recebida no último momento como semente da vida eterna. Jesus disse: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a via eterna e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6,54).
Pe. José Antônio Ramos
Paróquia Santa Cruz de Guarda dos Ferreiros/MG