Neste artigo vamos refletir sobre como a liturgia cristã é celebrada. O Mistério Pascal é como uma luz que ilumina a vida dos cristãos. O catecismo propõe quatro perguntas para explicar como é celebrado o Mistério Pascal: Quem celebra? Como celebrar? Quando celebrar? Onde celebrar?
Quando vamos à Santa Missa talvez não temos noção do grande Mistério que está por trás das ações litúrgicas. No livro do apocalipse encontramos uma descrição da liturgia celeste em que estão presentes Deus Pai, o Filho, o Espírito Santo, os anjos e os santos. Mas a liturgia terrestre, ou seja, a que nós celebramos, está unida à liturgia celeste como se fosse uma só. Este é o desejo de Deus: que todos ofereçam a Ele um sacrifício santo e agradável. Na ação litúrgica a assembleia é quem celebra, ou seja, toda a Igreja, representada pelo sacerdócio ministerial (os ordenados) e o sacerdócio comum (os fiéis leigos), que formam o Cristo total, cabeça e corpo. Assim, a oferenda da Igreja é a oferenda do próprio Cristo.
A liturgia sacramental acontece por meio de sinais e símbolos e pela Palavra, que é proclamada sempre que se realiza um sacramento. Os sinais fazem parte da vida comum dos homens como, por exemplo, o branco que simboliza a paz, o preto que simboliza o luto, o símbolo da bandeira de um país etc.. Na liturgia sacramental temos os sinais e símbolos que representam o que acontece na ação litúrgica. Na antiga aliança muitos sinais foram usados para representar a ação divina. Na Páscoa, por exemplo, os judeus celebravam a passagem da escravidão para a terra prometida. Na nova aliança Cristo dá um novo sentido aos sinais, de modo especial à Páscoa. Ainda sobre os sinais temos a música e as imagens sacras que tornam mais real e próxima a presença de Deus.
O tempo litúrgico é uma das coisas mais belas da Igreja, pois durante todo o ano é distribuído o Mistério Pascal, o qual ilumina a vida dos fiéis. O ano litúrgico dos cristãos é composto por cinco tempos: tempo do Advento, tempo do Natal, tempo da Quaresma, tempo da Páscoa e tempo comum. Entremeados nesses tempos se celebra ainda as festas de Maria e dos Santos. Durante a semana tem destaque o ‘Dia do Senhor’ em que faz-se uma parada nas atividades do dia a dia para louvar e agradecer a Deus. Além da liturgia da missa têm-se a liturgia das Horas, que são salmos e hinos para serem rezados em várias horas do dia, os quais como que prolongam a celebração eucarística.
A Igreja é sem dúvida constituída pelo povo que são como ‘pedras vivas’, mas precisa-se de um lugar se para reunir, um templo. Pede-se que esse lugar seja digno e belo. Assim é importante cuidar para se ter lugares preparados com um altar, um ambão, uma cátedra e, principalmente, um tabernáculo digno. Quanto ao tabernáculo que se tenha o máximo de decoro e segurança. Pelo significado escatológico que tem a Igreja, ao entrar nesse local, nos sentimos na ‘casa de Deus’ e mais próximo d’Ele.
Por fim é importante lembrar que temos liturgias diferenciadas na Igreja, mesmo conservando o que é essencial em todas elas. A mais conhecida é a liturgia latina, que celebramos no Brasil, mas todas são importantes, pois permite que o Mistério de Deus chegue a todos os povos, valorizando suas culturas. A diversidade de culturas é uma riqueza e é o que faz a unidade, pois o essencial permanece em todas as culturas e o que pode ser mudado adapta a liturgia às culturas diversas.
Pe. José Antônio Ramos
Paróquia Santa Cruz de Guarda dos Ferreiros/MG