A comunhão dos santos é um assunto muito importante para todos os cristãos, pois diz respeito ao seu destino final, após a morte, isto é, o céu. No céu todos serão santos, mas essa realidade só acontecerá após a segunda vinda de Jesus. Enquanto isso a santidade pode ser vivida já aqui na terra e este é o objetivo da vida cristã na Igreja.
A comunhão dos santos se expressa de duas formas: comunhão nas coisas santas e comunhão entre as pessoas santas. Nesse sentido podemos lembrar, em primeiro lugar, que temos a comunhão na mesma fé, nos sacramentos, nos carismas e na caridade. Esses são bens espirituais dos quais todos os que estão em comunhão com Jesus os recebem. A comunhão dos santos na Igreja é entendida pela união de Jesus com a Igreja, pois ela é comunhão dos santos, sendo corpo de Cristo, sua cabeça.
Em relação à comunhão entre as pessoas é preciso entender que a Igreja tem três estados: Igreja triunfante ou celeste, a Igreja padecente e Igreja militante ou peregrina. Na primeira estão os que já se santificaram e gozam do céu; na segunda estão os que já morreram, mas ainda têm alguma pena temporal a ser sanada; na terceira estão todos os vivos pertencentes à Igreja. Não são três Igrejas, mas uma só Igreja em três estados e ambos os membros se comunicam oferecendo e recebendo os bens espirituais. Por isso é preciso rezar pelos mortos e pedir a intercessão dos santos.
Quando falamos de comunhão dos santos se torna uma obrigação falar de Maria. Ela é o primeiro modelo de santidade para os fiéis cristãos. Por ter gerado o Filho de Deus, ela é Mãe de Deus e, por ser a mãe de Jesus, ao qual está unido à Igreja, ela é também Mãe da Igreja. Maria é discípula de Jesus, mãe de Deus e da Igreja. Nela Deus restituiu a imagem do ser humano que havia sido manchada pelo pecado original.
Ao colaborar na obra do salvador, Maria nos mostrou o caminho de santidade, estando unida a Jesus até à sua morte e permanecendo na Igreja até à sua assunção. Após a morte de Jesus, Ela não abandonou seus discípulos, mas permaneceu com eles e ficou na Igreja nascente até o dia de sua assunção ao céu. A sua ressurreição será a nossa também: teremos o mesmo destino. Ela é a mãe eterna dos filhos de Deus na ordem da graça. É medianeira, advogada, auxiliadora e intercessora para todos os que lhe prestarem a especial veneração.
Pe. José Antônio Ramos
Paróquia Santa Cruz de Guarda dos Ferreiros/MG