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SÃO PEDRO E SÃO PAULO: DOIS GIGANTES DA FÉ

01/07/2021   .    Artigos de Formação
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Dom Jaime Vieira Rocha
Arcebispo de Natal (RN)

 

Neste domingo, 4 de julho, a Igreja no Brasil celebra os Santos Apóstolos: Pedro e Paulo. Também, devido a que se celebra, São Pedro, primeiro Papa, também festejamos o Dia do Papa. A Igreja venera com muita solenidade esses dois grandes luminares da fé, considerados as “colunas da Igreja”, “dois gigantes da fé” (Papa Francisco).

A Igreja, na sua liturgia oferece o sentido para que a celebração-memória de São Pedro e São Paulo, seja uma solenidade para ela: por meio deles, o Senhor Deus deu à Igreja “os primeiros benefícios da fé” (MISSAL ROMANO. Oração Coleta). E mais: a Igreja toma mais consciência ainda de que, celebrando os Apóstolos, ela se enraíza na doutrina deles, sinal de autenticidade de todo apostolado. As características próprias de cada um devem levar-nos a reconhecer a “criatividade” do Espírito Santo na obra da evangelização. Diz-nos a liturgia deste dia: “Pedro, o primeiro a proclamar a fé, fundou a Igreja primitiva sobre a herança de Israel. Paulo, mestre e doutor das nações, anunciou-lhes o Evangelização da Salvação” (MISSAL ROMANO. Prefácio da Solenidade de São Pedro e São Paulo).

Essas características são apresentadas no Novo Testamento. São Pedro é o primeiro na lista dos Doze. Pescador, homem sincero e impetuoso, às vezes rude e violento, foi chamado para ser “pescador de homens” (Lc 5,10). Ele é o exemplo mais forte do discípulo de Cristo, também nos tempos atuais. Recebe uma grande missão, a de ser a “rocha”, a “pedra”, aquele que faz a profissão de fé por excelência: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt 16,16). Acompanha Jesus, juntamente com Tiago e João, em momentos chaves da missão evangelizadora: Mt 17,1 e paralelos, na cena da Transfiguração no Monte Tabor: Mc 5,37, a ressurreição da filha de Jairo; Mc 13,3, o discurso escatológico no Monte das Oliveiras; Mt 26,37, na oração no Getsêmani. Mas, por ser impetuoso, tanto na última ceia, em que afirma para Jesus que jamais abandonará o Mestre, como no jardim de Getsêmani, onde puxa da espada e fere o soldado Malco (cf. Jo 18,10-11), age sem a mansidão e humildade que aprendera do Mestre. Chega a negar que o conhece (cf. Mt 26,69-75 e paralelos). Mas, a sua fragilidade é sustentada pelo amor redentor do Crucificado-Ressuscitado: “Pedro, tu me amas?”, dirá o Mestre diante de um apostolo marcado pela infidelidade, mas esperançoso e humilde.

Já o Apóstolo dos gentios, embora não tenha conhecido Jesus ou feito parte do grupo dos discípulos, é chamado a ser o grande propagador do Caminho traçado pelo Rabi de Nazaré. Sim, sobre Paulo, antes conhecido como Saulo de Tarso, homem inteligente, estudante profícuo da Torá, zeloso das tradições rabínicas, pesava a decisão grave de perseguir e prender, em nome do Sinédrio, os seguidores de Jesus. Mas, Deus que rompe as barreiras da maldade, escolheu o perseguidor para se tornar Apostolo e instrumento para levar o nome de Jesus às nações pagãs e aos reis, e também aos israelitas (cf. At 9,15). Convertido, de Saulo passa a ser Paulo, de inimigo dos cristãos a anunciador de que somente existe um nome ao qual se deve dobrar os joelhos: Jesus Cristo (cf. Fl 2,10). É dele as Cartas endereçadas às comunidades fundadas por ele, como também a grande e importante Carta aos Romanos, onde encontramos o fundamental ensinamento da justificação pela Graça, sinal da misericórdia divina.

Que aprendamos desses dois grandes Apóstolos. Aceitemos a graça libertadora que agiu neles. De Pedro, aprendamos a nos libertar do medo de acreditar no outro e de confirmar-se no Outro; de Paulo, a coragem de assumir a relação com Jesus e sua Igreja, a tal ponto de exclamar? “o meu viver é Cristo”, ou ainda: “é Cristo que vive em mim”. Que a luz deles brilhe em nossa vida e sejamos discípulos autênticos d’Aquele pelo qual eles deram a vida.

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