Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)
Iniciamos novo ano com grande expectativa de que seja tempo de luz. Mas é difícil entender o brilho da luz num mundo cheio de maldades, insegurança, medo, violência, fazendo com que as pessoas fiquem fragilizadas em sua identidade e em condições de ir e vir com liberdade. Dizemos que a esperança é a última que morre, para confirmar que, mesmo nas maldades, conseguimos vencer.
Hoje falamos de Jesus Cristo como luz do mundo. Uma Luz que brilha e dá condições para que cada pessoa também seja luz através de suas obras e de seu testemunho de vida autêntica. A Bíblia cita o exemplo dos três Reis Magos, que levam a luz para o mundo pagão e cultura diferentes dos judeus. Baltazar para a Pérsia, Melchior para a Ásia, e Gaspar para a Etiópia.
As estrelas são luzes que brilham para maravilhar a beleza do universo. Os Reis Magos seguiram uma estrela para encontrar a verdadeira Estrela, o Menino Jesus numa manjedoura, aquele que brilha para todas as pessoas que O procuram de coração sincero. O Rei Herodes não teve o privilégio de ver uma estrela, porque ele se determinava como a verdadeira estrela naquelas circunstâncias.
Em novo ano, esperamos o primado da verdade, fazendo parte das atitudes de todas as nossas autoridades. Que elas não sejam cúmplices do mal, como acontecia no governo de Herodes, com os judeus. Ficar mergulhado nos próprios interesses significa prejudicar o povo e gerar uma nação engolida pelas injustiças, que nada mais são do que impossibilitar o caminho da luz.
Onde está Deus não existe trevas. As trevas estão muito presentes em nosso país, mesmo ouvindo frases alusivas ao Senhor, mas na prática, Deus não tem sido o caminho de luz. Ele tem que ser reencontrado para que seja proporcionada a justiça para todo o povo, com dignidade de vida. O interessante é que isso é possível com políticas públicas e governos agindo com princípios divinos.
É fundamental deixar-se guiar pela luz que possibilita a realização do bem, como fizeram os peregrinos Magos do Oriente no tempo de Jesus, porque viram nele um caminho de luz. Em nossa peregrinação podemos encontrar pessoas com espírito de destruição, de ódio e de violência, como verdadeiros Herodes. O discernimento é importante para perceber os sinais positivos para a vida.