Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro/RJ
Celebramos, no dia 8 de setembro, a festa litúrgica da Natividade de Nossa Senhora. Essa festa acontece após nove meses da celebração da Imaculada Conceição, ou seja, Maria foi concebida sem a mancha do pecado original. Ela nasceu de Deus para depois gerar o próprio Deus em seu ser. Maria foi desde a sua concepção agraciada por Deus e, no momento oportuno, foi escolhida para gerar o Salvador.
Não há relato ao certo do dia do nascimento de Nossa Senhora, mas a Igreja calcula nove meses após a data da celebração da Festa da Imaculada Conceição. Maria nasce para Deus, dedica toda a sua vida a Ele e é escolhida por Deus para gerar o seu Filho. Com o seu nascimento, Maria nos ensina a dedicarmos a nossa vida toda a Deus e consagrar os filhos que as esposas gerarão a Deus, para que sejam agraciados por Deus desde a concepção.
A celebração da Natividade de Nossa Senhora em 8 de setembro segue uma tradição antiga, seguindo a tradição desde os primeiros séculos da Igreja. Dessa forma, completando nove meses após a festa da Imaculada Conceição. Não há relatos sobre o nascimento de Maria na Sagrada Escritura, pois o principal objetivo dos evangelistas era apresentar a pessoa de Jesus. Maria passa a aparecer na sagrada escritura a partir do anúncio do anjo Gabriel a Ela, e Maria se colocando à disposição do Senhor para gerar o Salvador. Maria é o elo entre o Antigo e o Novo Testamento.
Segundo o relato que temos dos evangelhos apócrifos, ou seja, Evangelhos que foram escritos por alguns apóstolos, mas que não fazem parte cânon da Sagrada Escritura. Segundo o relato que temos desses Evangelhos, Maria teria nascido na Galileia e seus pais se chamavam Ana e Joaquim.
É toda a Igreja que faz o convite para contemplar e festejar o nascimento de Maria, por meio de São João Damasceno desde o século VIII: Vinde, todas as nações, vinde, homens de todas as raças, línguas e idades, de todas as condições: com alegria celebremos a natividade da alegria! (…) Que a criação inteira se alegre, festeje e cante a natividade de uma santa mulher, porque ela gerou para o mundo um tesouro imperecível de bondade, e porque por ela o Criador mudou toda a natureza humana em um estado melhor!” (S. João Damasceno – século VIII).
O nascimento de Maria é o nascimento da alegria, pois sabemos que por meio de Maria nos chegaria o Salvador. Assim como celebramos com alegria o nascimento de Jesus e o contemplamos com amor no presépio, agora é o momento de nos alegrarmos com o nascimento de Maria e contemplar com carinho o seu rosto terno e amoroso, que nos conduz até Jesus. A mãe nos conduz até o filho e praticamente três meses antes de celebrar o Natal de Jesus, celebramos a natividade de Maria.
A Virgem Maria foi escolhida por Deus antes de todos os séculos, a fim de que ela fosse a Mãe do Filho de Deus, Mãe do Salvador. Com o nascimento de Maria, começava a se concretizar o plano de salvação de Deus que culminaria com o nascimento de Jesus. Por isso, com o nascimento de Maria, a Igreja pede que todos nós exultemos de alegria, e que através desse nascimento possamos ser imbuídos de esperança.
O maior presente que poderemos oferecer a Maria nesse dia de sua natividade é imitá-la em suas virtudes, ou seja, fazermos tudo de acordo com a vontade de Deus. Guardar no nosso coração e meditar a Palavra de Deus. Peçamos, nesse dia, que a Virgem Maria passe na frente de todos os nossos problemas. Ofereçamos ainda um presente muito especial a Nossa Senhora, através da oração da Ave Maria. Toda vez que rezamos uma Ave-Maria, oferecemos rosas a Nossa Senhora e nada melhor do que oferecer rosas para ela nesse dia tão especial.
Que nesse dia possamos olhar para a imagem de Nossa Senhora da Natividade e contemplar nela a esperança da salvação que veio por meio do nascimento de Jesus. Aproximemo-nos dela com confiança de que por Ela chegaremos certamente a nossa meta, o Senhor Jesus.
Por fim, nos preparemos ainda para no próximo mês celebrarmos o mês das Missões e o mês do Rosário e tenhamos sempre em nosso coração o carinho materno de Maria.