Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
“Cristo Vive! Somos suas testemunhas”
“Eu vi o Senhor” (Jo 20,18)
Agosto é um mês especial para a Igreja: é o mês vocacional e muito abençoado por Deus. Somos chamados a rezar por todas as vocações na igreja.
No primeiro domingo desse mês vocacional, lembramos da vocação ao ministério ordenado e lembramos de todos os presbíteros, diáconos e bispos. É um dia para, além de parabenizar, rezar por todos os padres cujo dia foi dia 4 e também os diáconos que será no dia 10. Que todos os padres sejam bons pastores para o seu rebanho e fiéis ao chamado que Deus lhes fez. Temos que rezar sempre para que nunca faltem sacerdotes para conduzir o povo de Deus, que muitos jovens aceitem o chamado de que Deus lhes faz e com coragem assumam a vocação.
Em muitas dioceses, sobretudo nos lugares mais longínquos, estão faltando padres. Em muitos lugarejos, a missa acontece uma vez por mês ou mais. Até mesmo nas grandes cidades, onde normalmente havia dois ou três padres nas paróquias, agora, geralmente, só tem um. O mundo mudou muito. Há muitos atrativos para os jovens que não tinham antigamente. Por isso, guiemos os nossos jovens para o caminho do bem e da Igreja e rezemos para que muitos abracem a vocação sacerdotal e religiosa. Rezemos também por nossos padres para que perseverem em sua vocação e que sejam livres de todos os perigos.
Além de rezar e parabenizar os padres nesse dia, temos que ajudar aos presbíteros a serem fiéis em sua missão. Os padres muitas vezes vivem sozinhos e precisam de companhia, da mesma forma que muitas vezes os paroquianos precisam da companhia do sacerdote.
A vocação é “dom de Deus”. Seja qual for a vocação, ela é abençoada por Deus. É Ele quem chama para servi-lo mais de perto em determinada vocação. Por isso, durante esse mês de agosto, agradeça a Deus pela vocação que Ele te chamou e peça para que possa ser fiel a essa vocação.
No segundo domingo do mês de agosto, recordamos a vocação à paternidade e o Dia dos Pais e o início da Semana Nacional da Família. Rezemos para que todas as famílias sejam abençoadas por Deus e todos os pais sejam fiéis às suas esposas e suas famílias. As famílias têm um lugar especial na Igreja e são abençoadas por Deus. Na família se aprende o verdadeiro valor do amor e da fé. Que os pais amem verdadeiramente os seus filhos e suas esposas e sejam pais de família responsáveis.
No terceiro domingo do mês, Solenidade da Assunção de Maria, lembraremos da vocação à vida religiosa e consagrada, que assim como Nossa Senhora, que abraçou livremente o chamado de Deus e deu o seu “sim”, os religiosos e religiosas abracem com amor a vocação que Deus lhes chamou. A vida religiosa é a alegria da Igreja e os religiosos intercedem pela Igreja e rezam pelas necessidades da Igreja.
Por fim, no quarto domingo do mês, lembramos da vocação aos vários ministérios na Igreja (ministros das exéquias, da sagrada comunhão e tantos outros), e no último domingo (neste ano é o quarto) também rezamos pelos catequistas. Eles são o braço direito do padre. O primeiro catequista da paróquia é o padre, mas, devido aos inúmeros afazeres, o ele não pode estar nas turmas de catequese. Por isso, delega leigos para essa função. Rezemos para que não faltem leigos para assumirem essa missão na Igreja e pessoas dispostas a transmitirem a fé aos demais fiéis. A catequese abarca a vida toda da pessoa, ou seja, desde a catequese de batismo até a vida adulta.
Para esse ano, a comissão para os Ministérios Ordenados e a vida consagrada da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), escolheu um tema para nortear o mês vocacional: “Cristo Vive! Somos suas testemunhas” e o lema: “Eu vi o Senhor” (Jo 20,18).
Os discípulos foram testemunhas da ressurreição do Senhor e deram início a Igreja primitiva anunciando que Cristo Vive. Anunciavam com alegria a ressurreição do Senhor e o Espírito Santo os guiava.
Nos dias de hoje, todos os batizados são discípulos e missionários do Senhor e todo vocacionado deve ser testemunha da ressurreição e anunciar com alegria que Cristo vive. O vocacionado deve trazer em si a alegria, até para poder animar os outros a abraçarem a vocação. Não pode ser sacerdote, religioso ou religiosa, catequista ou pai de família de maneira triste e fazer as coisas com raiva, tem que abraçar a vocação com amor, além de desejar aquela vocação.
Para assumir uma vocação, tem que assumir de forma madura e com vontade própria, sem imposição ou desejo de outra pessoa. Que Deus nos abençoe e a Virgem Maria, Mãe das vocações, direcione os passos de todos os vocacionados, para que possam fazer a escolha certa. Amém.