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CONVERSÃO PASTORAL E MISSIONARIEDADE

23/08/2021   .    Artigos de Formação
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Dom João Justino de Medeiros Silva
Arcebispo de Montes Claros (MG)

 

            O dinamismo de escuta dos membros das comunidades é marca fundamental da IV Assembleia Arquidiocesana de Pastoral. A Arquidiocese de Montes Claros vive um momento singular de escuta, discernimento e definição de caminhos para sua ação evangelizadora nos próximos quatro anos. Dados coletados indicam a beleza de uma Igreja amadurecida, com centenas de comunidades urbanas e rurais. São milhares de evangelizadores. Mesmo assim, permanece o desafio de mudanças significativas no modo de configurar nossa ação pastoral.

O apelo à “conversão pastoral” já estava presente na Conferência de Santo Domingo (1992). Ali se dizia: “A Nova Evangelização exige a conversão pastoral da Igreja. Tal conversão deve ser coerente com o Concílio. Ela diz respeito a tudo e a todos: na consciência e na práxis pessoal e comunitária, nas relações de igualdade e de autoridade; com estruturas e dinamismo que tornem a Igreja presente com cada vez mais clareza, enquanto sinal eficaz, sacramento de salvação universal” (SD 30). Em 2017, tornou-se um dos principais apelos da Conferência de Aparecida: “Esta firme decisão missionária deve impregnar todas as estruturas eclesiais e todos os planos pastorais de dioceses, paróquias, comunidades religiosas, movimentos e de qualquer instituição da Igreja. Nenhuma comunidade deve se isentar de entrar decididamente, com todas as forças, nos processos constantes de renovação missionária e de abandonar as ultrapassadas estruturas que já não favoreçam a transmissão da fé” (DAp 365).

A chave de compreensão da “conversão pastoral” é a missionariedade. Isso se torna cada vez mais claro, sobretudo, com as perspectivas abertas pelo Papa Francisco, na Exortação Apostólica Evangelii gaudium. O Papa, em tom encorajador, sonha “com uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os costumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda estrutura eclesial se tornem um canal proporcionado mais à evangelização do mundo atual que à autopreservação. A reforma das estruturas, exigidas pela conversão pastoral, só se pode entender neste sentido: fazer que todas elas se tornem mais missionárias, que a pastoral ordinária, em todas as suas instâncias, seja mais comunicativa e aberta, que coloque os agentes de pastorais em atitude constante de ‘saída’ e, assim, favoreça a resposta positiva de todos aqueles a quem Jesus oferece a sua amizade” (EG 27).

Ao refletir sobre esses desafios e observar como as paróquias estão organizadas, urge propor três ações em vista da conversão missionária da paróquia: 1º) identificar pessoalmente cada agente de pastoral, escutá-los e com a colaboração deles descobrir novos colaboradores. A missão requer um contato personalizado com os principais agentes missionários; 2º) mapear, urgentemente, o território paroquial. Sem desprezar as novas formas de lidar com o território, é necessário recuperar a percepção do espaço paroquial em vista da própria missão, que requer o reconhecimento das diferentes situações humanas daquela porção de povo que é a Paróquia, tendo em vista a formação de muitas comunidades eclesiais missionárias; 3º) planejar a ação evangelizadora em sintonia com as diretrizes da Igreja local. A missão pede planejamento e a realização de assembleias paroquiais é um dispositivo pastoral de grande utilidade para que a liderança da paróquia avalie, reflita, decida e assuma a perspectiva missionária.

A evangelização, principal missão da Igreja, prioriza o anúncio de Jesus Cristo e mobiliza os membros da Igreja para a construção de uma sociedade justa, fraterna e solidária, caminho para o Reino definitivo. Todos com os olhos fixos em Jesus, os pés a trilhar as estradas da vida e as mãos livres para servir.

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