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ADVENTO: TEMPO DE ESPERA E DE ALEGRIA

25/11/2021   .    Artigos de Formação
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Dom Jaime Vieira Rocha
Arcebispo de Natal/RN

Quando virá, Senhor, o dia em que apareça o Salvador?

Iniciamos o Tempo do Advento. É também o início do Ano Litúrgico na Igreja, o Ano C, em que lemos o Evangelho segundo São Lucas, o evangelista da misericórdia. Isso significa que a catequese dará mais ênfase ao rosto da misericórdia divina, “arquitrave que dá suporte à vida da Igreja” (PAPA FRANCISCO. Bula de proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, Misericodiae vultus, n. 10, 11 de abril de 2015).

O Tempo do Advento é tempo de espera, tempo de preparação para a celebração do Natal do Senhor, celebração de sua primeira vinda, acontecida em Belém de Judá, vinda marcada pela Encarnação, em que o Filho eterno de Deus se torna Homem, assume a condição humana, “Ele existindo em forma divina, não considerou como presa a agarrar o ser igual a Deus, mas despojou-se, assumindo a forma de escravo e tornando-se semelhante ao ser humano” (Fl 2,6s). Dessa primeira vinda, revestido de nossa fragilidade, está relacionada a virgem de Nazaré, o carpinteiro José, Isabel, Zacarias, os pastores, os Magos do Oriente, Simeão, Ana e, depois, os Apóstolos e todos os discípulos e discipulas, seus seguidores da primeira hora e todos os outros que viveram depois deles. Por isso, no Advento ressaltamos a vinda constante do Senhor na oração pessoal, na Liturgia que celebramos, de modo especial a Eucaristia, pois nela vivenciamos a alegria de sua presença: “Vamos, pois, com alegria, é o Advento do Senhor, para nós na Eucaristia, o Natal se adiantou”, assim se expressava um antigo canto do Advento. O Senhor vem. Nós o encontramos em diversos lugares que se tornam sagrados para nós. Em primeiro lugar, o encontramos na Sagrada Escritura, na Liturgia que celebramos, na comunidade viva na fé e no amor fraterno, nos pobres aflitos e enfermos, na religiosidade popular, em Maria, nos apóstolos e nos santos, conforme nos ensina o Documento de Aparecida (cf. nn. 247-275).

Assim, vivemos na expectativa de seu retorno. Não cabe a nós saber ou especular sobre o dia de segunda vinda. Mas, “revestido de sua glória, Ele virá uma segunda vez para conceder-nos em plenitude os bens prometidos que hoje, vigilantes, esperamos” (MISSAL ROMANO. Prefácio do Advento I). Essa vinda definitiva não deve deixar-nos apreensivos ou acomodados. Pelo contrário, o Senhor já ressuscitou e inaugurou o novo tempo, a plenitude dos tempos (cf. Gl 4,4) já chegou. Somos chamados a continuar unidos a Ele, procurando viver em sintonia com seu Evangelho e sua vida. Por isso, o tempo do Advento nos imerge numa experiência de espiritualidade marcada pela Estrela de Belém, isto é, pela luz de Cristo que ilumina todos os povos. Viver a espiritualidade do Advento significa encher o coração de esperança, pois, marcados já com o selo do Espírito de Jesus, o Menino de Belém, o prometido de Deus, clamamos: “quando virá, Senhor, o dia em que apareça o Salvador?”. Nossa vida, pertencente ao Senhor, é conduzida para esse momento. E, juntos, como irmãos e irmãs, buscando sempre a comunhão, a fraternidade e com a nossa presença, amorosa e cheia de ternura, vamos caminhando rumo à Pátria definitiva.

Que o Natal do Senhor, para o qual caminhamos com alegria na Celebração do dia 25 de dezembro, encontre nossos corações cheios de vida, cheios de esperança e com o desejo de paz. Sim, o Menino Deus traz a paz aos nossos corações. Que o Advento nos desarme, nos faça ver que somente um coração como artesão da paz poderemos encontrar o Senhor, o Príncipe da Paz, Ele que veio traz a paz, isto é, a salvação de todos.

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