Todo convite feito a alguém, por delicadeza, exige uma resposta, que pode ser positiva ou negativa. Quando é positiva implica um compromisso assumido livre e espontaneamente. E um dos critérios, tanto de quem convida, como de quem responde, é a responsabilidade no que faz, sabendo que, no cumprimento de uma tarefa ou missão, podem ser encontradas muitas dificuldades.
Outro importante critério é a total generosidade diante dos apelos do chamado, o investimento no espírito de doação para que tudo seja cumprido à altura da expectativa de quem chama. Na Bíblia encontramos uma riqueza de convites a pessoas determinadas para o cumprimento de missão no meio do Povo de Deus. Assim vemos na vida dos profetas, dos apóstolos e dos chamados de hoje.
Ao responder a qualquer chamado, um outro critério é a consciência das naturais limitações humanas, que dificultam a plena e total realização da resposta. Conforme muitos relatos de chamados, que aparecem na literatura bíblica, as pessoas bem sabiam dos seus diversos limites e fraquezas, mas a grande maioria conseguiu cumprir os compromissos com determinação, fidelidade e coragem.
Na Igreja e sob o critério da fé, entendemos o chamado e a resposta como uma “vocação”, um verdadeiro dom divino, uma missão para a pessoa vocacionada construir a unidade em uma sociedade onde os indivíduos sejam respeitados e valorizados na sua humanidade e dignidade. Esse é o projeto para uma cultura da vida e da felicidade saudável, querida por todos os cidadãos.
A vocação cristã é experiência de fé, dentro de um contexto e de um processo, que é realizado no espaço e no tempo. Ela tem o critério da transcendência, algo que vai além do entendimento das várias ciências humanas, porque a motivação principal se concretiza na prática e na vivência da fé. Vocação que acontece num despertar natural, que vem de dentro do ser mesmo da pessoa.
Jesus é o critério maior da vocação do cristão, o modelo de seguimento e verdadeiro trajeto da missão do fiel na comunidade de fé. Pessoalmente ele convidou pessoas para dar continuidade na sua missão, no processo de jogar as redes de pesca. Quem responde ao chamado, com generosidade e confiança, consegue contemplar as maravilhas de Deus contidas na via de santidade.