Nossa comunicação mudou e está cada vez mais virtualizada. E-mails e redes sociais fizeram desaparecer as palavras. É que elas ficaram embaçadas pelo vácuo dos emojis deixando a comunicação mais instantânea, porém, fria e vazia.
Que saudades das cartas amassadas, perfumadas, escritas a punho, das letras bonitas, tremidas ou rabiscadas. Saudades da ansiedade em receber o envelope de rasgá-lo logo, de colecionar selos.
Tínhamos o poder de eternizar momentos narrados carinhosamente na riqueza de seus detalhes. Sabíamos contar os fatos, expressar sentimentos, diminuir as saudades.
Hoje, infelizmente, desaprendemos! Se perguntarmos aos mais jovens qual a diferença entre o destinatário e o remetente a reposta certamente será um vácuo sucedido pelo sarcasmo de quem nos acha antigos.
Na velha cartinha o destinatário era tratado com afeto, estima, consideração. Hoje, pronomes de tratamento não são mais priorizados. Chamar alguém de senhor ou senhora, virou motivo de ofensa. Desaprendemos os bons modos de se dirigir respeitosamente à outrem.
O jeito de construir a comunicação mudou. Mas será que mudamos?
Pe. Artur Nelson de Oliveira
Vigário Paroquial da Paróquia Santa Terezinha de Patrocínio/MG