O século XIX corria célebre e os garimpeiros cruzavam as Minas Gerais em todos os sentidos. De São João Del Rey e Itapecerica, vieram muito deles para faiscarem no Rio Bagagem ou em Água Suja. Escolheram para deixar suas famílias num local de excelente clima, água farta e boa, topografia plana e um pouco afastado de promiscuidade dos garimpos. Uma tosca capela foi erguida. Era sinal que ali brotaria um arraial. Isso no princípio deste século. Em 1850 chegaram os primeiros mundins. Dir-se-ia que era apenas um casal e a familiagem atual fora descendente dele. Os primeiros moradores cansados do garimpo resolveram fixar-se. Ocuparam a terra, estabeleceram as primeiras fazendas de criação de gado. Desbravaram o sertão agreste e fixaram definitivamente os limites destas paragens. Dona clara: conta-se que uma fazendeira por nome Dona Clara Chaves doou uma légua em volta da tosca capela à Nossa Senhora do Carmo e nesta área começaram a ser erguida as primeiras construções que deram origem ao povoado. Vieram os Rocha, os Vieira Pena, os Fernandes, os Rosa, os Costa. Em 1859, a Paróquia de Nossa Senhora do Carmo é desmembrada da de Patrocínio e anexada à de Bagagem (Estrela do Sul), pela lei 189, daquele ano. Em 1870, por força da lei provincial nº1.650, de 14/10/1870, emancipou-se eclesiasticamente da jurisdição de Bagagem, sendo, também por esta mesma lei, criado o distrito. A elevação à categoria de município deu-se em 06/10/1882, com sede no povoado do Carmo da Bagagem. Em 07 de janeiro de 1889, o município foi instalado solenemente. Em 1891 foi criada a comarca, instalada em 1892, sendo o primeiro juiz de direito Dr. Tito Fulgêncio Alves Ferreira. Monte Carmelo veio a perder esta comarca que somente fora reinstalada em 1940. Pela lei nº 286 de 29/06/1900 o município teve o seu nome mudado para Monte Carmelo para uns por causa do morro Monte Carmelo, próximo a São Félix, outros acreditam que em homenagem às carmelitas. O primeiro vigário foi o Padre Manoel Luiz Mendes.