Iniciamos o mês de novembro com a solenidade de todos os Santos. Porém, a celebração Litúrgica não acontece no dia primeiro de novembro como era tradição, antes da reforma litúrgica. Como deixou de ser feriado, a Conferência dos Bispos do Brasil, optou por passar a celebração para o Domingo subsequente, a não ser que a data coincida com o Domingo. Este ano a Solenidade de todos os Santos é celebrada no primeiro Domingo do mês, dia sete de novembro.
A comemoração de todos os fiéis defuntos (finados), que é lembrada no dia dois de novembro, permanece como feriado, portanto, as celebrações desse dia acontecem em todas as Igrejas e algumas até nos cemitérios. Nesta data, os fiéis se reúnem para fazer memória dos seus entes queridos, pessoas que fizeram parte de sua história, e que deixaram marcas nas suas memórias. Não é dia de chorar os mortos, mas recordar com gratidão a vida deles, na certeza de que passaram para a eternidade e estão junto de Deus. Essa é a esperança que nos conforta e nos anima para continuamos a nossa caminhada neste mundo, procurando ser melhores a cada dia.
A Igreja oferece uma graça especial para quem participar das celebrações com fé e esperança neste dia de finados. Neste sentido, do dia primeiro ao dia oito de novembro, concede-se aos fiéis que visitarem o cemitério e rezarem, mesmo só mentalmente, pelos defuntos, uma indulgência plenária, só aplicável aos defuntos. Neste ano, devido à Pandemia, esse prazo foi estendido até o final do mês pela Penitenciaria Apostólica, assim como aconteceu no ano passado.
Também em todas as Igrejas, oratórios públicos ou semipúblicos, igualmente lucra-se uma Indulgência Plenária, só aplicável aos defuntos: a obra que se prescreve é a piedosa visitação à Igreja, durante a qual se deve rezar a Oração Dominical e o Símbolo Apostólico (Pai Nosso e o Credo), com confissão sacramental, comunhão eucarística e oração na intenção do Sumo Pontífice (que pode ser um Pai Nosso e uma Ave Maria, ou qualquer outra oração conforme inspirar a piedade e devoção).
No dia dos finados é uma ótima oportunidade para refletirmos sobre o sentido da vida, ou seja, pensar na brevidade dessa vida. Nossa passagem por este mundo é muito breve se a compararmos à eternidade. Cabe-nos aproveitar bem este curto espaço de tempo que nos é concedido, para que vivamos da melhor maneira possível, sem perder tempo com tristezas, lamúrias, desentendimentos e desavenças que nos fazem perder a qualidade de vida. Viemos a este mundo para nos aperfeiçoar e viver em plenitude cada etapa de nossa existência. Que saibamos viver bem cada instante de nossa vida. Assim, poderemos cumprir nossa missão que consiste em deixar rastros de bondade por onde passarmos.
Rezar pelos falecidos é uma expressão de amor e comunhão para com aqueles que nos precederam na vida eterna. Por isso, ao celebrar a Eucaristia pelos fiéis defuntos expressemos a nossa comunhão com eles. Continuemos lembrando-os, e não abandonemos aqueles que continuam fazendo parte de nós e permanecem em na nossa memória.
O mês de novembro também nos encaminha para a conclusão do Ano Litúrgico que culmina com a solenidade de Cristo Rei. Vivamos intensamente este tempo que ainda nos resta, em busca do Reino definitivo.
Dom Frei Claudio Nori Sturm
Bispo da Diocese de Patos de Minas/MG