Entramos no mês de fevereiro com a festa da Apresentação do Senhor. Cumprindo a Lei de Moisés, quarenta dias após o nascimento de Jesus, “Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor” (Lc 2,22). Esta festa da Apresentação teve sua origem no oriente. A partir do século VI a festa se estende ao ocidente e então passou a ser celebrada no dia 2 de fevereiro, quarenta dias após o Natal, celebrado no ocidente em 25 de dezembro. Inicialmente, em Roma, a Apresentação foi unida a uma outra Festa de caráter mais penitencial. Mais tarde, no século X, na Galia, esta festa foi organizada com uma solene bênção das velas e procissão, que ficou conhecida popularmente como a festa da “candelária”, fazendo alusão à procissão com velas.
Associa-se ainda à festa da apresentação do Senhor, a comemoração dos religiosos/as e consagrados/as, que geralmente emitiam seus primeiros votos religiosos nesta data. Esta é também conhecida como a festa da luz, porque Jesus, apresentado no templo por José e Maria, é reconhecido por Simeão como luz do mundo, luz para iluminar as nações, como nos fala o evangelista Lucas. É anunciado também como esperança de libertação de Israel, pela profetiza Ana.
Com esta festa somos convidados à vigilância, ao compromisso de andarmos no caminho da luz, tornando-nos também luz para os irmãos, nutrindo a esperança de chegar à luz que não se apaga. As mesmas velas que foram abençoadas na festa da Apresentação são usadas na bênção da garganta, na comemoração de São Brás. Assim, pedimos a Deus que proteja a nossa voz para que ela ecoe aos confins da terra, anunciando as suas maravilhas do Senhor, a exemplo de Simeão, Ana e tantos outros profetas. Simeão enxerga a “luz que veio para iluminar as nações e glória do seu povo, Israel”. A profetisa Ana também vê no Menino a esperança do povo de Israel. Por essa razão age como profetisa, falando do Menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.
Celebrar a apresentação de Jesus é celebrar a luz que veio ao mundo. É também assumir o nosso compromisso de batizados, discípulos e missionários, de assumir nossa missão evangelizadora na Igreja e na sociedade em que vivemos. Que sejamos portadores da luz que veio para iluminar as trevas do pecado e do erro levando a esperança ao nosso povo sofrido.
Na retomada da caminhada pastoral precisamos de pensamentos novos, novas ideias, novos planos. Grande esperança com perspectiva iluminadora. São os nossos sentimentos e desejos de um novo ano de ação evangelizadora. Nosso olhar e nosso coração estejam voltados para a luz que nos projeta para os grandes objetivos de nossa vida. Cultivar sentimentos bons e encher nossos corações de nobres e belos desejos vai moldando em nós os elementos positivos de que necessitamos. Na retomada pastoral, vamos oferecer interiormente a nossa vida a Deus. Queremos, mais uma vez, consagrar-nos ao Senhor para que a nossa vida se adorne daqueles bens com que Deus nos quer presentar. Que cada um de nós se dedique a cultivar a bondade e a generosidade que edificam o dia a dia de nossa vida.
Não percamos de vista a nossa relação com Deus, que se manifesta e está presente na vida de nossas famílias e nossas comunidades. Cultivemos sonhos positivos e grandiosos em tudo aquilo que vai construindo os dias da nossa vida. Nossos objetivos são certamente para a edificação da vida. E os atos que vão tecendo a rede de boas coisas, são atos diários e permanentes. Não podemos imaginar que Deus nos traga suas bênçãos sem a atenção cuidadosa de nossa relação com Ele. Isso seja em nossa vida pessoal, familiar e comunitária.
A caminhada será melhor se desde o começo nosso olhar se voltar para Deus. E de coração sincero, consagremos nossa vida e a vida de nossa família a Deus que nos acompanha durante toda a caminhada. Como Simeão e Ana, estejamos atentos aos sinais de Deus em nossa vida.