“Sua Santidade o Papa Francisco está em bom estado geral, alerta e respirando espontaneamente”, informou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, nesta segunda-feira, 5 de julho. O Papa passou por uma cirurgia programada na noite de ontem, a qual envolveu hemicolectomia esquerda, a retirada de parte do intestino grosso, em função de uma estenose diverticular do cólon.
Internado na Policlínica A. Gemelli, o Papa deve permanecer ali por sete dias, de acordo com a previsão informada no comunicado desta segunda-feira.
Na noite de ontem, a Sala de Imprensa informou que o Papa reagiu bem à intervenção sob anestesia geral e realizada pelo professor Sergio Alfieri, com a assistência do professor Luigi Sofo, do doutor Antonio Tortorelli e da doutora Roberta Menghi.
“A anestesia foi realizada pelo professor Massimo Antonelli, pela professora Liliana Sollazzi e pelos médicos Roberto De Cicco e Maurizio Soave”, elenca o comunicado, que também cita a presença do diretor do Departamento de Cirurgia do hospital, o professor Giovanni Battista Doglietto, e o médico pessoal do Papa, Roberto Bernabei.
Antes de dirigir-se ao hospital, o Papa Francisco participou normalmente da recitação do Angelus, a partir da janela do Palácio Apostólico. Aos fiéis na Praça São Pedro, Francisco comentou a passagem do Evangelho proclamada na celebração do 14º Domingo Comum (Mc 6, 1-6) [a Solenidade de São Pedro e São Paulo é celebrada no dia 29 de junho, em Roma]. Francisco refletiu sobre a incredulidade dos concidadãos de Jesus, que não reconhecem em Jesus a sabedoria.
O Papa comenta que “quando deixamos prevalecer o conforto do hábito e a ditadura dos preconceitos, é difícil abrirmo-nos à novidade e deixarmo-nos surpreender. Controlamos: com o hábito, com os preconceitos… Muitas vezes acabamos por procurar a confirmação das nossas ideias e esquemas de vida, das experiências e até das pessoas, para nunca termos de fazer o esforço de mudar”. Essa atitude também pode acontecer com Deus, alertou o Papa, “para nós que pensamos conhecer Jesus, que já sabemos tanto sobre Ele e que é suficiente repetirmos as mesmas coisas de sempre”.
O convite é estarmos abertos às surpresas de Deus: “sem espanto, a fé torna-se uma ladainha cansada que morre lentamente e se torna um hábito, um hábito social”. O espanto, segundo Francisco, “é precisamente quando o encontro com Deus acontece: «Encontrei o Senhor». Mas leiamos o Evangelho: muitas vezes, as pessoas que encontram Jesus e o reconhecem, sentem-se maravilhadas. E nós, mediante o encontro com Deus, devemos seguir por este caminho: sentir maravilha. É como o certificado de garantia de que esse encontro é verdadeiro, não é habitual”.
Fonte: CNBB