Estamos sendo convidados a refletir e rezar juntos sobre o chamado que cada um de nós recebemos do Senhor. Sigamos, unidos em Deus e observando os caminhos pelos quais Ele nos leva. Somos Igreja toda ministerial e servidora, juntos caminhamos no Seguimento de Jesus Cristo. Portanto não podemos focar apenas a preocupação em algumas lacunas de quadros deficientes nos serviços ministeriais, pela falta de Padres, ainda que isso seja importante, precisamos despertar a dimensão vocacional de toda a Igreja, contemplando a visão da Igreja a partir da eclesiologia do Vaticano II, que evidencia a vocação batismal, que valoriza todas as expressões e estados de vida cristã.
Deus, que é amor, sempre nos chama a segui-lo. É um chamado a cooperar na obra da salvação. Ele nos chama as sermos discípulos missionários, para dar testemunho de seu amor onde quer que estejamos.
E neste mês de agosto, rezamos, em especial, por todos os que foram chamados ao ministério ordenado. São todos aqueles que, pela sagrada ordenação, foram colocados à serviço da comunidade. Chamados pelo Senhor no seio das comunidades, e ao serviço das comunidades enviados. Rezemos Àquele que os chamou que os confirme na esperança. Rezemos, também, para que o Senhor da messe continue a chamar homens que se consagrem ao serviço da Igreja como diáconos, presbíteros e bispos. Somos Igreja assim, juntos! Unidos como comunidades missionárias à serviço da vida! Ao celebrar a Memória de São João Maria Vianney, patrono dos párocos, e por extensão, dia do padre, evidenciamos o dom do sacerdócio ministerial. É um convite para contemplar, por um instante, aquelas mãos ungidas daqueles que o Senhor escolheu, chamou, ungiu enviou.
Queremos ainda lembrar a vocação laical, focando a família, acentuando a figura do pai que exerce um serviço ministerial da paternidade responsável de cuidado e proteção. Além das vocações ordenadas, temos as vocações consagradas, tanto religiosas na vida ativa e contemplativa, sem nos esquecermos da opção de consagração leiga que se torna presente no meio do mundo, como testemunho de inserção eclesial na vida real da sociedade, mundo do trabalho, da economia. Ainda lembramos da vocação dos catequistas, que é elevada ao ministério especial de catequista pelo Papa Francisco.
O mês vocacional deste ano tem como tema: “Cristo Vive! Somos suas testemunhas” e o lema; “Eu vi o Senhor” (Jo 20,18), esta é a razão fundamental e a base teológica de toda vocação. Aí notamos a importância do testemunho que gera o contágio vocacional que atinge a comunidade, que brota da experiência pessoal. Tanto o tema, que retoma o Sínodo da Juventude, quanto o lema inspirado no Evangelho de João (20,18), evocam a experiência pessoal do encontro com o Senhor Ressuscitado, como fonte e núcleo do chamado, a exemplo dos apóstolos e primeiros discípulos de Jesus. O lema acentua a força do testemunho pessoal de cada vocacionado, “Eu vi o Senhor”! Dessa consciência da graça e da experiência pessoal, brota a força e o dinamismo do testemunho capaz de atrair para o seguimento do Senhor.
O convido a todos para pedirmos, com humildade e fé, ao Espírito do Senhor, que renove em cada um de nós e em nossas comunidades eclesiais a gratidão e o amor pela vocação e a dedicação generosa a serviço da messe do Senhor. Abracemos a causa vocacional para criarmos uma nova cultura vocacional nas nossas famílias e comunidades, para ser tornarem cada vez mais sementeiras de vocações, onde possam nascer, florescer e vingar as vocações que Deus quer nos dar. E como desfecho desta reflexão gostaria de evocar a bela expressão do Instrumento de trabalho do Sínodo de 2015, sobre a vocação e missão da família: “a família é o ventre de toda a vocação, uma vez que ali ela é gerada, nutrida e impulsionada à sua plena realização”.