CONHECENDO O PADRE
Nasci no dia 26 de dezembro de 1978, na cidade de Patos de Minas. O sétimo filho de Claudemiro Roberto Gonçalves (Nego Roberto) e Elaine Maria Marins Gonçalves. Minha família é da zona rural de Patos de Minas, precisamente da Comunidade Rural de Boassara, onde fui criado até os meus 13 anos, quando me mudei para a cidade para completar meus estudos. Na Boassara, entre as brincadeiras como os amigos e nos trabalhos com meu pai e minha mãe, aprendi a ter gosto pela natureza: o verdejar das árvores, a brisa fria dos dias nublados, a beleza e a força das grandes nuvens e tempestades, o amarelo alegre dos ipês floridos, a paciência e mansidão das vacas, o frescor dos córregos e cachoeiras, o cantarolar bonito dos passarinhos.
Devo à minha mãe, Elaine, a instrução religiosa, aprendi com ela que a fé não é desligada da ação concreta em favor dos mais pobres. Porém, quando me mudei para a cidade, eu não ia à igreja, não rezava, não queria saber de Deus. Mas, foi justamente por causa de um convite de minha mãe para fazer a Crisma que eu iniciei meu caminho de volta a Ele, tinha entre 16 e 17 anos…. Hoje, lembro-me que quando criança pensava em ser astronauta! Acha extraordinário poder levar o ser humano para o espaço, a lua, a Marte. Que maravilha: viagens espaciais… esse era meu sonho de menino: ser astronauta, poder viajar e levar as pessoas para o espaço. Mudei muito minha opção, não é?! Mas, eu digo: eu não quero ser astronauta, mas, eu ainda quero ir para o Céu e levar muita gente para lá.
Dizem que no princípio Deus fez um jardim e que caminhava por ele. A teologia diz da onipresença de Deus em todas as coisas, isto é, Deus está em todos os lugares. Penso, porém, que de todos os lugares, Deus prefere os jardins… E foi justamente em um jardim que eu encontrei Frei Luiz Mendes, primeiro frade capuchinho que conheci, no jardim dos Capuchinhos de Patos de Minas. Era meados de 1997, naquela época em muitos colóquios, expunha a ele minhas dúvidas e perguntas. Eu era alguém em busca de Deus…
E assim, encantado por seguir Jesus e seus ensinamentos ao exemplo de Francisco de Assis, em fevereiro do ano 2000 eu entrei no Seminário dos Frades Capuchinhos de Minas Gerais. Em outubro de 2001 iniciamos o Noviciado, tivemos a graça de fazê-lo no próprio convento de Patos de Minas. Fizemos os primeiros votos aos 04 de outubro de 2002, quando fomos designados para Belo Horizonte a fim de fazermos os estudos de Filosofia e Teologia. Terminados os 8 longos anos de estudos (Filosofia e Teologia) em Belo Horizonte, fui designado para morar em Uberlândia, trabalhando na Creche Comunitária Santino e como vigário paroquial da Paróquia São Sebastião. Tempo de crescimento e descoberta de um novo modo de ser.
Fui ordenado padre no dia 25 de junho de 2011, na Igreja Santa Terezinha do Menino Jesus, na minha cidade natal, com o lema: Por Cristo, Com Cristo, em Cristo! Naquela ocasião disse ao meu pai, Nêgo Roberto, a importância dele em minha vida. Eu escolhi a Parábola do Semeador como ícone e Evangelho da minha ordenação, porque aprendi a semear com meu pai. Na zona rural, ele e eu saímos pelos campos e pastos para trabalhar, e o meu pai sempre levava consigo, no bolso da camisa ou nas “gibeiras” do arreio sementes de braquiária. Lembro-me de vê-lo sair semeando pelos caminhos. Meu pai nunca perdia a oportunidade de semear. E foi com ele que aprendi a dinâmica do ser semeador.
Hoje, se vocês me perguntarem qual é minha profissão, posso responder que é a mesma do meu pai! Sou semeador! Meu pai semeava sementes de braquiária, eu quero semear Deus! Quero, assim como o meu pai, levar sempre nos bolsos do meu coração, ou nas gibeiras da minha vida e dos meus gestos, sementes de Deus! Semearei por onde eu passar. Quero ser padre semeador de boas coisas, semeador de Paz e Bem! Semeador de Deus. E assim como meu pai, nunca quero perder a oportunidade de semear. E semearei sempre: Por Cristo, Com Cristo, Em Cristo!
No ano de 2013 fui designado para morar na casa de preparação dos jovens noviços em Teresópolis, estado do Rio de Janeiro. Lá eu trabalhava como vice formador e cooperador pastoral na Capela Nossa Senhora de Fátima. Fiquei apenas um ano lá e novamente fui transferido para a cidade de Governador Valadares/MG, onde, no triênio 2014, 2015, 2016 pude trabalhar com o pároco da Paróquia Santa Rita de Cássia. Um tempo agraciado por Deus, que com a ajuda e a participação de muitos paroquianos conseguimos realizar muitas obras.
No final do ano de 2016 fui nomeado pároco da Paróquia São Félix de Nicosia e Santuário Nossa Senhora de Fátima em Poços de Caldas, sul de Minas. Uma paróquia com poucos anos de criação, mais com fiéis fervorosos e participativos. Lá celebramos juntos os 100 anos das aparições de Nossa Senhora de Fátima, quando tivemos a oportunidade de conhecer melhor sua mensagem e aumentar nossa devoção a Beatíssima Virgem Maria.
Neste ano (2017), aprofundei a reflexão de poder voltar a Diocese de Patos de Minas e trabalhar como padre, servindo ao povo desta região. Estar na Diocese de Patos é também para mim uma oportunidade para que eu esteja mais próximo dos meus pais, irmãos e irmãs, parentes e amigos. Sinto que é o momento de dar mais um passo nessa caminhada de fé para ser mais fiel a vontade de Deus e a minha realização pessoal.