Na próxima terça-feira, 8, memória litúrgica de santa Josefina Bakhita, é celebrado o Dia Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas. Josefina Bakhita é a irmã sudanesa que quando era menina fez a trágica experiência de ser vítima do tráfico.
Papa Francisco, em sua mensagem, lembrou sobre a responsabilidade de todos para que essa realidade seja combatida. “Encorajo quantos estão comprometidos a ajudar homens, mulheres e crianças escravizados, explorados, abusados como instrumentos de trabalho ou de prazer e muitas vezes torturados e mutilados”.
“Faço votos por que todos os que têm responsabilidades de governo se comprometam com determinação a remover as causas desta chaga vergonhosa, uma chaga indigna da sociedade civil. Cada um de nós se sinta comprometido a ser voz destes nossos irmãos e irmãs, humilhados na sua dignidade. Rezemos todos juntos”, lembrou o Pontífice.
O tema do oitavo Dia Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas é “A Força do Cuidado – Mulheres, Economia, Tráfico de Pessoas”. Segundo o texto oficial para o 8º Dia Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas, a pandemia intensificou o “negócio” do tráfico de pessoas e exacerbou as situações de vulnerabilidade que envolviam as pessoas em maior risco e desproporcionalmente mulheres e meninas. A desigualdade entre homens e mulheres, portanto, cresceu.
De acordo com o Plano Estratégico das Nações Unidas 2022-2025, as desigualdades registradas em todas as áreas mais importantes da vida social permanecem significativas: saúde, trabalho, educação, política.
De acordo com as estatísticas das Nações Unidas sobre tráfico de pessoas (Relatório Global do UNODC de 2020 sobre Tráfico de Pessoas), mulheres e meninas representam 72% das vítimas de tráfico identificadas e a percentagem de mulheres e meninas aumenta significativamente no contexto do tráfico para exploração sexual; um mercado que representa 2/3 dos lucros gerados pela exploração.
As mulheres são chamadas a assumir um papel de liderança, agentes de mudança para a construção de um sistema econômico baseado no cuidado das pessoas e da casa comum, envolvendo a todos.
O cuidado é um estilo de vida e é a forma de amar de Jesus, como nos propõe a parábola do Bom Samaritano (Lc 10,25-37), retomada pelo Papa Francisco na sua Carta Encíclica Fratelli Tutti. Cuidar para transformar a relação com a natureza, as relações sociais e econômicas, muitas vezes centradas na competição agressiva, que sufoca todas as formas de cooperação e respeito pela dignidade humana.
Com a pandemia, a sociedade e as instituições redescobriram o valor de cuidar das pessoas como pilar de segurança e coesão social e o compromisso com o cuidado da casa comum para mitigar os efeitos adversos das mudanças climáticas e da degradação ambiental, que afetam principalmente os mais pobres, e eliminar suas causas.
A força do cuidado é único caminho possível para contrastar o tráfico de pessoas e todas as formas de exploração.
Fonte: Canção Nova Notícias
Foto: M.T ElGassier – Unsplash